Draw something
Sew something
Cook something
Sing something
Build something
Make something
Buy nothing
Vejo tantos blogs que fazem sucesso com puro consumismo, que isso me incomodou a ponto de falar sobre o assunto. Vejo tanta gente de sucesso vendendo o slogan de "quanto mais, melhor" que isso me assusta. E não é só com roupas, também maquiagem, livros, utensílios, objetos de decoração e até brinquedos. Encontrei pouquíssimas pessoas indo na direção oposta, a direção em que eu quero estar. Hoje eu queria falar sobre
consumo. A intenção não é de posar de rainha da ecologia, só repensar um
pouquinho as minhas práticas. Quero consumir menos e melhor, reutilizando. No
começo do ano, precisei fazer uma viagem e como fiquei mais tempo que o
previsto (e não estava preparada pra uma entrevista, que veio de surpresa), fui
ao shopping da cidade e comprei algumas peças:
- · Uma calça jegging vinho
- · Uma blusa de botões preta
- · Um sapatênis bege
- · Uma bolsa de couro ecológico (70% de desconto – ótimo pra não ir pra entrevista de mochila)
- · Um colar (em promoção por 12,99)
- · Uma pulseira verde marca-texto que depois pintei de preto com esmalte e ficou ó (em promoção por 3,99)
O que sucedeu neste ano foi um
interesse meu inesperado por moda. Quando eu era criança, pensei que quando eu
fosse adulta, seria obrigada a usar salto alto e fazer as unhas toda a semana
(coisas que nunca gostei) e me batia uma tristeza. Juro que só há pouco tempo
eu decidi que não precisava ser assim. Tirando algumas ocasiões muito
específicas, me toquei que não precisaria abrir mão do meu jeito de me vestir e
do meu jeito de ser para agradar quem quer que seja. Nunca fui ligada em moda.
Só comecei a me preocupar mais com isso conforme fui entrando no mercado de
trabalho e indo para alguns eventos mais formais. Passei um ano e meio indo ao
trabalho de sapatilha e mesmo passados dois anos dessa época, ainda tenho cicatrizes
nos meus calcanhares. Não quero isso pra mim. Descobri o sapatinho Oxford, que
me salva de ter que usar sapatilha na maioria das ocasiões. Felizmente consegui
um trabalho em que podia trabalhar de tênis (embora algumas das minhas colegas
não o fizessem) e mochila. Esse ano pensei em comprar uma mochila nova,
aproveitando que a minha, que resistiu bravos 10 anos, teve um problema no
zíper. Fiquei namorando modelos de couro falso e pensando que ficaria mais formal
e me daria mais credibilidade. Desisti. Quer saber? Eu tenho uma mochila. E é
uma excelente mochila. Só preciso trocar esse zíper. Vejo a maioria das minhas
colegas de profissão em conjuntinhos de calça social e bolsa de marca, mas tive
a alegria de ver algumas poucas com o estilo mais despojado e sem enfrentar
grandes preconceitos por conta disso. Ahhh, me assumi. Não vou entrar nesse
jogo que nunca participei mesmo.
Teoria Criativa |
Conheci o blog da Gabi, o TeoriaCriativa, e estou acompanhando desde então sua proposta de armário cápsula
(para saber mais, clique aqui). Resumindo, faça uma limpa de coisas que você
não usa mais pra passar pra frente, escolha 30 peças do seu guarda roupas para
compor uma estação, use combinações entre estas peças de roupas e não compre
nada (algumas exceções). A intenção é conhecer melhor você, seu estilo e
desenvolver a criatividade. Achei mesmo incrível esse jeito de pensar. Ainda
mais porque a Gabi tem um estilo minimalista, que descobri ser meu estilo
também (apesar de chamar o meu de mulamba street comfortable). Namorando as
roupas que ela usava, decidi fazer uma lista de peças para comprar:
- · Bota marrom (faz bem uns 3 anos que estou querendo)*
- · Cropped larguinho listrado*
- · Saia preta de lycra (faz 2 anos que estou querendo)
- · Blusa listrada (tenho uma, mas já está cheia de bolinhas)*
- · Short preto de cintura alta (para substituir o meu que é de malha e está desbotado)
- · Blusa larguinha cinza*
- · Top preto pra usar em casa (esses da adolescência já eram né?)
- · Bolsa preta média pra sair*
Fiz essa lista pra ver quanto
tempo demoraria pra eu mudar de idéia e não querer mais nada daquilo. Pensei
que as coisas eram “fogo de palha” e decidi que não compraria nada, só
observaria minha evolução. Como a coisa ficou mesmo permanente depois de uns
meses, nada entrou e nada saiu, comprei algumas peças (marquei com *) e nem foi
tudo (substituí a bota por um tênis e o cropped listrado por um preto, mas
ainda quero o listrado). Total de compras do ano: bem pouco e nem foi tudo.
Algumas pessoas podem dizer NOOOOSSA, mas pra mim isso é natural. Não é
diferente dos outros anos porque dirijo meu consumismo pra coisas de arte (alô
canetas e pincéis) e esse é o próximo âmbito para mudar. Não foi difícil, nem
um pouco. De quebra tentei me obrigar a pensar combinações novas pras roupas
que sempre usei e essa é a parte mais legal. Eu tenho a mania de usar
determinadas roupas combinadas e não sair daquilo, a mesma blusa com a mesma
calça, o mesmo vestido com a mesma sandália e quis quebrar esse ciclo. Claro
que pra mim é difícil porque gostar mesmo de moda eu não gosto não, mas é legal
ter a impressão de estar com roupa nova, basta ser criativo. E também me obriga
a sair da rotina uniforme (juro que passava o mês alternando entre 5 blusas e 2
calças, mas não de um jeito legal e inovador, mas repetitivo e sem graça).
Agora no fim do ano, tive mais um
tempinho pra separar aquilo que não uso pra passar pra frente e vou te dizer:
muita coisa nova, muita coisa seminova e no geral muita coisa de muita coisa.
Com os sapatos e bolsas, enchi 3 sacos. Minhas
gavetas estão quase vazias, o que é ótimo porque vou me mudar e passarei a ter
um armário bem menor. A próxima meta pra 2016 é reformar algumas peças que
separei e precisam de alguns ajustes e outras que enjoei e quero dar outra cara
(como tirar todas as mangas das minhas blusas sociais porque sou calorenta,
transformar aquele vestido florido que já cansei de usar em uma saia e blusinha
cropped pra usar com jeans). Tenho um tênis bem desbotado que cairia bem com
uma mão de tinta, outro que está quase novo mas que precisa de uma nova sola,
uma sandália que já deu mas que dá pra customizar colando franjas de camurça e
o novo hobby que entrou na minha vida e será divulgado em breve: bordado.
E você? O que quer em termos de
consumo pra 2016?