Não consegui dar seguimento às ilustrações de filmes que assisti no cinema. Pra quem não sabe, como jovem senhora que sou, sem nenhum conhecimento cibernético para lidar com torrents e filmes baixados, me restou ser rata de cinema. Tem um Espaço Itaú do lado da minha casa, que prefiro aos cinemas normais por exibir filmes incomuns às grandes companhias. Quando não estou fazendo nada, ou bate aquela tristeza, vou assistir um filme. Ano passado não tive muito tempo para fazer isso. Pode ser até que tenha esquecido de anotar na minha agendinha alguns dos filmes que assisti, mas só pra não perder o hábito, vou fazer alguns comentários sobre eles:
Filmes de 2015
- A Família Bélier (*****): MUITO engraçado, uma comédia que mostra o dia-a-dia de uma filha ouvinte em uma família de surdos. Ela descobre um grande dom para cantar e precisa decifir se vai investir na carreira ou não. Os atores são excelentes e o roteiro super engraçado. Tem uma música linda no fim, Je Vole, que acabei levando pra minha aula de canto (saudades :~). Me tocou em especial porque havia uma possibilidade de eu ir seguir carreira em outra cidade, como a personagem. É um filme muito tocante e divertido.
- Caminhos da Floresta (***--): Gostei pela tentativa de reconstruir algumas histórias clássicas. Claro que Meryl Streep estava absolutamente fabulosa como sempre e algumas músicas são chiclete. Não foi dos meus preferidos, mas uma boa diversão. Além disso, musicais sempre me conquistam...
- Grandes Olhos (*****): Uma perspectiva do Tim Burton diferente das que eu conhecia, gostei muito do trabalho visual e do roteiro. A história é real, de uma pintora que teve suas obras plagiadas pelo marido. Gostei muito mesmo e consegui me expressar um pouco melhor neste post.
- 50 Tons de Cinza (-----): Por que, Sofia? Por que? Eu sei. Não li o livro e tenho plena consciência da baixa qualidade da obra. Acontece que na semana de estréia, o facebook estava cheio de notas, posts e textos feministas explicado o porquê do filme ser um completo desserviço à idéia de autonomia sexual da mulher. Pela dimensão que a coisa tomou e pela imensa identificação de parte do público, quis tirar minhas próprias conclusões e confesso que... ruim é uma palavra bem educada. Se colocar o nome do filme seguido da palavra 'feminismo' no google, você encontrará inúmeros textos com reflexões bem interessantes. O que mais me chamou atenção foi que fantasiou-se uma libertação da sexualidade feminina, quando na verdade a songa monga protagonista simplesmente estava pronta para satisfazer os desejos do outro, Sr. Piroca Gray, e não seus próprios. Pelo menos rendeu um vídeo bem engraçado do Whindersson Nunes, que você pode ver aqui.
- Para Sempre Alice (*****): Julianne Moore não ganhou o Oscar à toa, estava impecável. Esse foi o filme mais sensível e didático que já vi sobre Alzheimer (não sou especialista, posso estar falando bosta). Não tem como não se sentir tocado. Incrível mesmo. Claro que a Kristen Stewart estava insossa como sempre e poderia ser facilmente substituída pelos iniciantes do elenco de Malhação, mas nem isso chega a desqualificar o filme de forma alguma. Quem sabe ela aprendeu algo com Juju?
- Golpe Duplo (*----): Will Smith (sempre uma delícia) inventou de se aventurar com Rodrigo Santoro, que fez o papel de um argentino golpista. O roteiro não é grande coisa, só mais um clichê americano. Totalmente passável, não recomendo.
- Jogos Vorazes - A esperança, parte 2 (****-): Veja bem, esta é a minha nota, sobre minha percepção. Dos filmes nova geração de saga adolescente (pós Harry Potter), este é meu favorito. Confesso que tive várias surpresas nesta segunda parte e não me cansava de ver quando passava as edições anteriores no TeleCine (tv à cabo, bons tempos, boas coisas).
- Lilly Nua e Crua (*****): Amei demais este filme. Sou suspeita com filme francês, inclusive a atriz é a mesma da Família Bélier, citado acima. Conta a história de uma típica dona de casa que, saindo de uma entrevista fracassada de emprego, resolve não voltar pra casa por mais ou menos uma semana. Ela vivia para casa, os filhos e o marido e nessa empreitada pode redescobrir sua própria identidade e re-conhecer os pequenos prazeres da vida. Recomendo muito, adorei.
- As Sufragistas (****-): Amei o conteúdo do filme, conta a história dos primeiros movimentos sufragistas na Inglaterra. É bom para mostrar a primeira face do feminismo e como traz implicações para os dias de hoje, como concebemos a posição socio-cultural da mulher e seus desafios.
- Divertidamente (*****): o queridinho que ganhou o Oscar no domingo conquistou os corações de todo mundo. Realmente é muito bem feito, bom roteiro, bons personagens, boas lições. Assisti na casa de uma amiga e pouco tempo depois fiz os bonequinhos que ilustram o post para trabalhar sentimentos com crianças. Trata de uma forma bem simplificada e didática o modo de atuação de algumas funções cognitivas. Só não digo que mereceu o Oscar porque O Menino e o Mundo é absolutamente impecável e na minha opinião, obviamente não venceria uma competição como esta. Não porque não mereça, mas concordemos que Oscar é uma competição de americanos para americanos. Lá os filmes estrangeiros encontram limitações, em especial um filme como este que fala abertamente sobre as mazelas do capitalismo. Fica a dica.
Ia falar sobre os indicados ao Oscar 2016 neste post, mas vai ficar muito grande. Deixa para a compilation do fim do ano. Felizmente, consegui ir bastante ao cinema de janeiro pra cá, estou bem satisfeita com a quantidade e a qualidade dos filmes que assisti até agora. O próximo certamente será Meu Amigo Hindu, espera só entrar um dinheirinho na minha conta! Haha! Também gostaria de aproveitar a oportunidade pra dizer que esse ano vai ser ainda mais pesado que o ano passado. Realizei meu desejo de ser Residente em um hospital e semana que vem começarei a trabalhar 60 horas por semana. Vou reunir forças pra não deixar a arte e o blog de lado, que fazem muito bem pra mim. Também não vou deixar de acompanhar os trabalhos dos amigos. Vou me esforçar hein?
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See ya! ;)