* O desafio de 52 semanas de desenho tem por objetivo selecionar uma série de temas (um por semana), sendo feita uma quantidade determinada de desenhos por tema para aperfeiçoamento de técnicas, traço, passar o tempo e desestressar. Quem me apresentou foi o Gabriel, e você pode conferir o projeto dele no blog MundoBrel!
O Hypeness também mostrou esse vídeo legal que mostra a importância de lidarmos com os nossos medos! Clica aqui!
A primeira coisa que tenho medo desde criança é... palhaço. Quando eu era pequena, minha avó me presenteava com vários objetos de palhaços vintage que me assustavam muito. Eu lidava bem com isso jogando fora/quebrando quando não tinha ninguém olhando, ou enfiando eles no fundo do armário para fingir que não existiam. Nunca vi Poltergeist porque nunca tive coragem. Pra mim, essa imagem do Clown com esse tipo de estética é extremamente assustadora. O outro extremo é o mesmo palhaço em versão absolutamente estúpida, como se crianças fossem retardadas, o que me incomoda também. Depois de conhecer um pouco mais o trabalho dos Doutores da Alegria e de outros tipos de figuras de palhaço (vendo mais como uma postura cômica que envolve toda uma construção de personalidade e comunicação), e também tendo a chance de assistir a um espetáculo do Cirque du Soleil, amoleci um pouco em relação a eles. Infelizmente essa imagem horrenda do Bozo ainda me aterroriza.
A segunda coisa que morro de medo hoje em dia é sapo. Idiota, eu sei. Não faz nada, eu sei. Mas não tem como. Eu era completamente neutra em relação a sapos até sair de apartamento e ir para casa. No meu grupo de amigos, todas as crianças tinham medo de sapo e as meninas forçavam bastante a barra. Não teve jeito, me contaminei. Meus cachorros tinham o hábito de caçar os sapos e eu entrava em pânico com medo que eles se envenenassem com as glândulas cutâneas. Hoje, mal consigo ver em foto. Fazer esse desenho foi bem difícil, tive que selecionar o sapo "mais amigável" do google. Ironicamente, fotos de pererecas coloridas não me assustam. Mas também não chego perto delas.
Filmes de terror tenho medo sempre e para sempre. Não tem muito o que comentar, minha imaginação não me deixa dormir à noite, tenho pesadelos, é horrível. E acho totalmente desnecessário também. Por que alguém em sã consciência considera sair para ver um filme que traz uma sensação desagradável? Cada um com suas tretas e seus terapeutas, essa não é pra mim.
Cair. Veja, o blog tem nome de pássaro, vira e mexe tem temática de pássaro, o quarto da dona do blog é cheio de pássaro e ela tem uma tatuagem de pássaro na perna direita. E ela tem medo de altura. Na verdade, como diz Sheldon: "Medo de altura é ilógico, medo de cair é perfeitamente plausível". Até hoje, o pesadelo que levo desde a infância em momentos de estresse é cair de elevador, perder totalmente o controle. Assim, paraquedas e queda livre é uma imagem de terror. Porém, planar, asa delta ou só curtir o paraquedas aberto me atrai bastante. :)
Imagino que de todos, esse é o medo mais real e o mais difícil de lidar. Não vou entrar em detalhes da construção de gênero, do sexo frágil e do medo em mulheres porque não é o meu propósito. Mas esse é um medo que a maioria das mulheres lida todos os dias com pequenos comportamentos, por exemplo, não ser simpática com homens desconhecidos na rua, não sorrir muito na rua, demonstrar o mínimo de sensualidade possível, não sair de casa vestindo o que quiser independente do transporte ou destino, mandar algum mala grosseiro na balada ou na rua à merda, olhar quando alguém chama na rua, tomar sorvete de casquinha perto de homens desconhecidos, manter-se na mesma calçada que um homem em uma rua deserta em qualquer momento do dia, entre outras coisas. Tudo para evitar ser assediada ou violentada. Li uma matéria ano passado que mostrava uma lista muito grande, perto de 50 coisas que fazemos todos os dias para evitar a violência de gênero, que infelizmente não encontrei para colocar aqui. Só sei que quando alguém me pergunta pra que eu preciso do feminismo, eu respiro fundo e respondo "para não ter medo de ser mulher".
O assunto é tão complicado que rendeu várias campanhas de várias ordens, como a "chega de fiu fiu", que fala sobre assédio na rua, o "vagão rosa" e o "não me encoxa que eu te furo" (distribuindo alfinetes a mulheres) sobre assédio no metrô, as sessões de fotos de "não mereço ser estuprada", a "marcha das vadias" entre muitos outros. Se quiser se inteirar um pouquinho, pode ler essa reportagem aqui.
Acho que depois dessa, vou fazer os desenhos das 5 coisas que me fazem rir porque, né?
Depois de me benzer, a urucubaca veio com tudo, credo.
See ya! ;)