domingo, 28 de setembro de 2014

Eu devia ter sido um astro do rock...



Não sou muito de falar da minha vida pessoal por uma série de motivos. Talvez a maioria das pessoas (moscas?) que visitam este espaço pensem que eu trabalho com arte. A resposta é positiva, de certa forma. Considerando a carreira que escolhi para mim, este espaço não deve ser destinado a pessoalidades. Mesmo assim, posso falar de coisas vagas como o momento pelo qual estou passando. Estar saindo de uma etapa da vida para entrar em outra, cheia de incertezas. Apesar de estar certa do destino que escolhi pra mim, chegar nele tem vários caminhos que me deixam um tanto quanto confusa. Outro dia (há alguns meses), eu desabafava para uma pessoa próxima o quanto isso me deixava nervosa, ter tantas opções sem saber qual escolher primeiro. Ela riu e disse cheia de sabedoria "Queria estar vivendo isso". Tempos depois ouvi uma frase, que dizia "Estar perdido é bom, significa que há caminhos", e comecei a sentir um grande conforto na minha indecisão, afinal, talvez nunca mais passe por esse momento de tanta liberdade de novo. O nome do que eu sinto é mais propriamente ansiedade, porque não ter o controle de coisa alguma assusta. Mas é bom. Um aspecto saudável a se exercitar, a falta de controle. Lembrando da pessoa conhecida e de uma série de outras da geração da minha mãe, vejo elas sofrendo por terem tomado as decisões que tomaram. Vejo uma geração infeliz que escolheu carreiras que dão dinheiro, ou não teve o que escolher, ou simplesmente não tiveram o conforto da classe média da minha geração de escolher o que amavam. Vejo que depressão é o mal do século e que o arrependimento bate na porta de muita gente. A tal chamada crise da meia idade faz as pessoas questionarem sua posição e suas escolhas e analisarem as coisas de um ponto de vista negativo. E nem precisam estar na meia idade para isso. Será que é? Será que elas conseguiriam fazer diferente se voltassem àquele tempo, àquela mentalidade? Será que a insatisfação não vem de outra ordem? Quer dizer, ninguém está satisfeito com nada? Será que elas não conseguem ver a vida que levaram pensando que fizeram tudo o que fizeram e aquilo as constituiu como pessoa? Nossa resistência à frustração anda muito baixa. Enquanto tento hipocritamente me deslocar desse grupo, aprecio meu momento de indecisão, de possibilidades e de liberdade. Whatever tomorrow brings, I'll be there. With open arms and open eyes.

Isso não tem que fazer sentido, ok? Ok.
Talvez mais postagens como essa apareçam mais aqui. Tenho inveja do caráter diário dos blos do Kawã e do Pablo. Inveja é humano, gente.